Bico-de-lacre
Passeriformes
Estrildidae
Exótica - África subsariana
Residente
Pouco Preocupante
Pássaros pequenos até 11cm de comprimento, com o corpo castanho-acizentado listrado. O ventre é claro com uma mancha vermelha. Possuem uma máscara vermelha à volta dos olhos e o bico é vermelho-vivo. As asas são arredondadas e a cauda é relativamente estreita e comprida. Os machos e as fêmeas são semelhantes, contudo os machos têm o peito mais avermelhado e uma mancha preta na base inferior da cauda, que nas fêmeas é acastanhada. Os juvenis são menos avermelhados com o bico preto.
Espécie gregária de até 40 indivíduos por bando, mas que se tornam maiores ao anoitecer. Os casais são monogâmicos, porém os machos tentam acasalar com outras fêmeas, sem sucesso. Após se formarem os casais, estes afastam-se do bando para se reproduzirem sozinhos. Os ninhos consistem numa massa esférica de ervas, com uma entrada estreita, construídos no ou junto ao solo, no meio das ervas. Os progenitores costumam espalhar dejectos de animais carnívoros no ninho para disfarçar o cheiro contra predadores, nomadamente ratos e cobras. Junto ao ninho principal costuma ser construído outro ninho, mas que ainda não se sabe ao certo a sua função, mas pensa-se que será para o descanso do projenitor que não está a incubar os ovos. Podem ter várias ninhadas por ano, sendo os ovos brancos. Possuem uma alimentação essencialmente granívora, ingerindo maioritariamente sementes de herbáceas, consumindo insectos na época de reprodução. A elevada taxa de reprodução e a capacidade de se adaptarem a novas fontes de alimento, permitiram a estes pássaros colonizar novos habitats com bastante sucesso.
Desde campos até áreas urbanas, sendo mais frequentes junto a zonas húmidas ou linhas de água com vegetação densa.
Em Portugal distribui-se por todo o território continental. No resto do mundo pode ser encontrada em África, onde é nativa, tendo sido introduzida, intencionalmente ou não, nas Américas, Região Mediterrânica e Oceania.
Apesar de ter sido uma das primeiras espécies exóticas que se estabeleceu em Portugal continental, nos anos 60 do Séc. XX, não parece ter originado impactes negativos sobre as espécies nativas.