Formiga-da-cortiça
Hymenoptera
Formicidae
Nativa - Região Mediterrânica
Não Avaliado
Formigas com a cabeça vermelha, tórax preto (por vezes avermelhado) e abdómen preto em forma de coração. As obreiras e os machos podem chegar aos 5mm enquanto que as rainhas podem atingir os 10mm. As antenas têm 11 segmentos, sendo os três terminais mais alargados do que os restantes. A “cintura” é constituída por dois segmentos, sendo que o primeiro é achatado e o segundo está ligado à parte superior do abdómen. O tórax possui dois espinhos característicos. Os únicos indivíduos que possuem asas são os machos e as rainhas durante a época de reprodução.
A formiga-da-cortiça é bastante comum e característica em sobreiros. Utiliza a casca para fazer os ninhos para os quais abre extensas galerias, provocando assim alguns prejuízos na produção de cortiça. Nidifica também em árvores ou arbustos grandes em decomposição. Os indivíduos formam colunas bastante conspícuas quando procuram alimento, ingerindo principalmente substâncias adocicadas libertadas por hemípteros, mas também predam e consomem outros artrópodes, vivos ou mortos. Estas formigas são bastante agressivas e, quando ameaçadas, levantam o abdómen sobre o resto do corpo de forma a direccionar o ferrão em qualquer direcção. O veneno é aplicado de forma tópica em vez de ser injectado, contudo, é raramente aplicado, exceptuando casos em que o o nível de agressividade do atacante atinge determinados níveis. Ao mesmo tempo são libertadas feromonas de alarme de forma a repelir potenciais predadores ou competidores, geralmente outras espécies de formigas. Em casos de encontros entre formigas da mesma espécie mas de ninhos diferentes, apesar da agressividade ser bastante elevada, não é libertado veneno pois as formigas são imunes ao veneno da sua própria espécie.
Espécie essencialmente arborícola, pode ser encontrada em montados, florestas de pinho, prados e outras áreas arborizadas como parques e jardins.
Estudos suportam a hipótese de que esta espécie (entre outras espécies nativas) pode diminuir o avanço da espécie exótica e altamente invasora, Linepithema humile, também conhecida como formiga-argentina, em áreas onde ambas as espécies coexistem. Em zonas de transição, geralmente com tipos de habitat diferentes, a competição entre ambas as espécies é bastante elevada. Contudo, a formiga-da-cortiça parece conter o avanço da formiga-argentina, sendo que a distribuição desta nos últimos 40 anos em Portugal manteve-se praticamente inalterada, depois de um aumento bastante acentuado no centro e sul do país. A formiga-da-cortiça é predadora natural dos ovos da processionária-do-pinheiro (Thaumetopoea pityocampa), sendo assim um precioso auxiliar no combate a esta praga florestal.
Distribui-se pela Europa, norte de África e Médio Oriente, com possíveis introduções acidentais noutros países devido à exportação de cortiça. É uma espécie muito comum na Península Ibérica e pode ser encontrada por todo o território continental Português.