Bicho-da-conta
Isopoda
Armadillidiidae
Nativa - Região Mediterrânica
Residente
Não Avaliado
Animais com o corpo alongado e achatado dorso-ventralmente, cujos adultos podem atingir 1.8cm de comprimento. O corpo é acizentado e dividido em cabeça, tórax e abdómen. Estas divisões são compostas por apêndices articulados, possuindo o tórax 7 articulações e um par de patas por articulação. O corpo é coberto por uma armadura rígida, que não acompanha o crescimento do animal, pelo que são feitas mudas da carapaça para os animais poderem crescer: a muda é feita primeiro na parte traseira do corpo, havendo alturas em que os animais têm duas cores diferentes. As fêmeas também sofrem mudas quando ficam grávidas e outra muda após ter as crias. Possuem dois pares de antenas na cabeça, sendo o segundo par mais pequeno do que o primeiro, aparentemente sem qualquer função biológica.
Crustáceos de origem marinha, conquistaram o meio terrestre, pelo que vivem apenas em ambientes húmidos. Em períodos mais secos, é comum vê-los a andar mais depressa em busca de humidade, concentrando a sua actividade nesta busca ao invés de se alimentarem. É uma espécie social, pelo que a longevidade dos indivíduos solitários é inferior à daqueles que vivem em grupo. Os bichos-da-conta têm fraca visão, olfacto e tacto, baseando grande parte da sua comunicação em feromonas, hormonas de agregação e outras formas de comunicação química. Alimentam-se de matéria orgânica em decomposição, que é transformada em nutrientes indispensáveis para a formação do solo, e também de plantas infestantes e artrópodes, constituindo assim um precioso auxiliar para a agricultura. No hemisfério norte têm uma época de reprodução, aumentando para duas ou três no hemisfério sul. As fêmeas podem armazenar o esperma de diversos machos, não havendo pares reprodutores permanentes. Após a cópula as fêmeas ficam disponíveis para acasalar com outros machos e cada fêmea pode ter dezenas de descendentes por época reprodutora. Estão mais activos durante a noite para evitar a desidratação. Quando ameaçados, ou em risco de desidratação, enrolam-se formando uma bola e permanecem imóveis. Os bichos-de-conta podem ser predados por algumas aranhas, pássaros e formigas e desenvolveram diversas técnicas de defesa, como camuflagem, armadura que cobre todo o corpo, a capacidade de se enrolarem e glândulas que libertam um cheiro repugnante.
Locais húmidos e sombrios em jardins, sebes, bosques, matos, zonas agrícolas e pastos, geralmente debaixo de pedras e cascas.
O bicho-da-conta possui uma distribuição cosmopolita, tanto a nível mundial como em Portugal continental.