Linepithema humile

Linepithema humile (Mayr, 1868)

Nome Comum

Formiga-argentina

Ordem

Hymenoptera

Família

Formicidae

Origem

Exótica - bacia hidrográfica do rio Paraná (América do Sul)

Estatuto de Conservação (IUCN)

Não Avaliado

Descrição Expedita

Formigas pequenas de aspecto alongado, as obreiras e os machos medem cerca de 3mm e as rainhas podem chegar aos 5mm. A coloração do corpo varia entre castanho-amarelado a castanho-escuro, brilhante, coberto por uma pubescência muito fina. A cabeça, o tórax e os dois primeiros segmentos do abdómen são desprovidos de sedas erectas ("pelos"), sendo que estes aparecem nos outros segmentos, o que permite destinguir esta espécie das outras do mesmo género. A cabeça é alongada e escura, quase negra nos machos, com olhos relativamente grandes, maiores do que nas outras espécies de Linepithema. As antenas possuem 12 segmentos sendo que o primeiro é relativamente longo. A “cintura” que separa o tórax do abdómen possui apenas um segmento vertical, bem desenvolvido. O abdómen é pontiagudo e não possui ferrão. Na época de reprodução, as rainhas e os machos possuem asas, sendo que as fêmeas perdem-nas após o acasalamento. Os ovos são muito pequenos, alongados e branco-pérola, tornado-se baços. As larvas das obreiras e dos machos são brancas, brilhantes e curvas, endireitando-se à medida de crescem. As larvas das rainhas são foscas e opacas.

Biologia / Ecologia

A formiga-argentina encontra-se entre as espécies invasoras mais bem sucedidas a nível mundial. É uma espécie bastante agressiva para as presas e competidoras, defendendo activamente o território. Compete com espécies nativas de formigas e outros artrópodes pelos recursos, por exemplo, ao encontrar alimento muito mais depressa e esgotá-lo primeiro, tendo impactos negativos nos ecossitemas. O seu grau de invasão parece ser maior em habitats perturbados, solos arenosos e argilosos e em monoculturas. Estas formigas alimentam-se de insectos, vivos ou mortos, de melada produzida por pulgões e cochonilhas -protegendo-os contra predadores e parasitas e indirectamente aumentando os estragos nas plantas nativas, néctar, rebentos florais, ovos e alimentos humanos, adaptando-se facilmente aos ambientes urbanos e consideradas pestes em habitações humanas. Quando encontram alimento, recrutam outros indivíduos rapidamente, formando “colunas” bastante visíveis. As rainhas são nómadas e mudam frequentemente de ninho, que são construídos em estruturas humanas ou em solos arenosos, debaixo de pedras, madeiras, detritos e folhas soltas. Ao contrário de outras espécies de formigas que realizam o voo nupcial entre machos e rainhas de colónias diferentes, as rainhas e os machos da formiga-argentina acasalam dentro dos ninhos. Contudo, a consanguinidade é evitada pois estas formigas evitam acasalar com indivíduos aparentados, porque podem existir centenas de rainhas no mesmo ninho e porque os machos podem realizar voos e ir acasalar com rainhas a outros ninhos que não o seu. Após a cópula, os machos acabam por morrer e as rainhas perdem as asas, contudo só põem os ovos na Primavera seguinte. Muitas das rainhas são mortas pelas obreiras durante a noite na Primavera antes de porem os ovos, mas ainda não se sabe a causa deste comportamento. As obreiras são estéreis e não acasalam. As formigas-argentinas formam super colónias, não existindo competição entre obreiras de colónias diferentes, ao contrário de outras espécies de formigas, aumentando assim o seu grau de invasão a nível mundial.

Habitat

Zonas florestais, matos costeiros, zonas arenosas e argilosas, pastos, áreas agrícolas, zonas ribeirinhas, habitats perturbados, zonas urbanizadas, estruturas humanas, parques e jardins.

Distribuição Portugal / Mundo

Distribui-se pelas zonas temperadas e sub-tropicais do mundo. Em Portugal, pode ser encontrada por todo o território continental Português, com foco na orla costeira a oeste e sul.

Sabia que...

Existem cerca de 20 espécies dentro do género Linepithema muito semelhantes à formiga-argentina, mas a sua distribuição restringe-se à América Central e à América do Sul, pelo que é pouco provável encontrá-las em Portugal. A formiga-argentina foi introduzida em Portugal no final do séc. XIX, tendo colonizado cerca de um terço do território continental em apenas 50 anos, após o qual estagnou. Há vários factores que podem explicar este fenómeno, como por exemplo, o clima, o tipo de solo, o tipo de vegetação e a existência de determinadas espécies nativas de formigas que constituem barreiras à expansão da formiga-argentina. Muitas das introduções a nível mundial são acidentais, onde as formigas são inadvertidamente transportadas em mercadorias.